De malas nas mãos, sorrisos amarelos e adrenalina correndo louca, estávamos quase atravessando a porta que faria com que pisássemos pra primeira vez em Havana. A tão sonhada cidade...
Cruzar aquele espaço rendeu algumas risadas e boas recordações, já que encontrar uma cubana segurando uma plaquinha com seu nome não tem preço. Nos primeiros 2 minutos ela aparentou ser uma pessoa bacana, falante e até mesmo simpática. Ledo engano.
No caminho para sua casa ficou quieta, mas tudo bem, já que estávamos realmente preocupadas com a visão que tínhamos. A falta de congestionamento e a grande quantidade de pessoas nos pontos de ônibus foi crucial. Entretanto, nada mais chamou a atenção quanto os outdoors. Explícitas declarações patriotas, orgulhosas de toda a sua história e tradição nos acompanharam até o centro de Havana.
Centro. Primeira parada: loja de câmbio. Em um tom quase grosseiro o segurança alertou que a entrada seria feita individualmente. A confiança de pessoas com dinheiro se mostrou inexistente.
Segunda parada: casa de Marvelis, a tal cubana antagonismo total. Paramos para ela avisar que cada ligação feita para o Brasil teríamos que desembolsar 1 dólar (e acredito que todo mundo sabe que dinheiro não foi o forte de nenhuma das aventureiras) e, pior, que nem ficaríamos lá.
"Ferrou", foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça. A oferta de água, suco ou qualquer outra coisa se mostrou absurdamente ruim, já que estava preocupada demais pensando na nossa segurança. Marvelis foi indicada por um jornalista brasileiro e agora ela havia apenas informado que não tinha espaço em sua casa. Tá, ok. Seguimos adiante:
Terceira parada: casa do Lázaro. A sala foi assustadora mas o forte cheiro doce de limpeza foi o mais marcante. A sala repleta de adornos, inclusive uma estátua de San Lazaro, assustava. A ostentação daquela família era absurda. A porta da sala como as janelas eram protegidos por um plástico preto, talvez para ninguém ficar contemplando a disparidade da limpeza e enfeite ali presentes.
Conhecemos o quarto. Limpo, com ar-condicionado, armário, televisão, banheiro e, pasme, no corredor tinha até uma cozinha. O lugar era espetacular, principalmente no último andar que era todo aberto e a visão era esplendorosa.
Malas jogadas num canto do quarto, porta trancada, dinheiro no bolsa e cara e coragem, descemos para tentar um diálogo com Dammy, a esposa de Lázaro. Foi ela quem nos alertou sobre a possibilidade de usarmos a cozinha para não gastarmos tanto com comida, foi ela quem tentou abaixar o preço da nossa diária, foi ela quem sempre foi doce conosco, foi ela a cubana mais bem tratada e bonita que eu vi.
Depois de algumas dicas, o passeio.
"Lazaro, vamos a salir. volvemos más tarde, ok?"
2 Comments
7/17/2008 12:55:07 pm
Nossa silvinha q desesperador deve ter sido chegar ao local e ficar sabendo q nao ficariam no lugar q pensavam q ficariam. Soh nesse inicio de viagem jah classifico como uma aventura.
Reply
Gostei da descrição...
Reply
Leave a Reply. |
Cuba é muito mais do que uma ilha caribenha, é muito mais do que a ilha de Fidel e Raul Castro e, principalmente, é muito mais do que um país nomeado como socialista. Após duas viagens ao pequenino país, Silvia Song tenta relatar um pouco sobre o que viu e o que experimentou em meio àquela cultura. Archives
December 2008
Mira |